Gripe aviária pode infectar mamíferos, diz OMSA 

Desde de dezembro número de casos aumentou em mamíferos terrestres e aquáticos

22/02/2023 às 10:58 atualizado por Elaine Silva - SBA | Siga-nos no Google News
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A OMSA (Organização Mundial da Saúde Animal) divulgou neste mês um comunicado sobre a gripe aviária. De acordo com a publicação, a influenza pode infectar, além dos seres humanos, os mamíferos terrestres e aquáticos, causando morbidade e mortalidade. 

Embora afete principalmente aves domésticas e selvagens, a influência aviária pode ocasionalmente se espalhar para mamíferos, incluindo pessoas. Um número crescente de casos de influência aviária do H5N1 foi relatado em vários mamíferos, tanto terrestres quanto aquáticos, causando morbidade e mortalidade, levantando preocupações sobre a ameaça que representa para a saúde de animais domésticos e selvagens, biodiversidade e potencialmente para a saúde pública. 

Alguns mamíferos, como o vison, podem atuar como reservatórios comuns para diferentes vírus influenza, levando ao surgimento de novas cepas e subtipos que podem ser mais prejudiciais para humanos e/ou animais. As infecções recentemente relatadas em fazendas de visons são motivo de preocupação porque infecções em grandes números de mamíferos criados próximos uns dos outros exacerbam esse risco. Vários estudos em andamento buscam explorar a virulência e a transmissibilidade desses vírus (inclusive entre mamíferos). 

A organização relata que a gripe aviária têm se espalhado por diversos países desde outubro de 2021 em 2021, houve mais casos que nos cinco anos anteriores: 462% acima do registrado em 2020. A quantidade de mortes de animais cresceu 150%, em relação ao ano anterior. Em outubro passado, a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar divulgou um relatório sobre a temporada 2021-2022: 2.467 surtos em aves, 48 milhões de espécimes abatidos na Europa e 37 países afetados.
 

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A OMSA divulgou orientações sobre a doença: 

  • MANTER vigilância intensificada para a doença em aves domésticas e silvestres.
  • PREVENIR a propagação da doença implementando medidas estritas de biossegurança nas granjas avícolas. Em particular, aumente a biossegurança em torno das fazendas de visons para evitar a introdução do vírus.
  • CONTROLE os movimentos de animais domésticos suscetíveis e seus produtos, a fim de evitar a propagação da doença.
  • PROTEJA as pessoas em contato próximo ou manuseando aves doentes, animais domésticos e selvagens. As pessoas expostas devem sempre tomar medidas de precaução, como o uso de equipamentos de proteção individual, principalmente ao investigar mortes ou surtos. 
  • MONITORE animais domésticos e selvagens suscetíveis. Investigue quaisquer aumentos incomuns nos eventos de mortalidade na vida selvagem (mortalidade). 
  • NOTIFICAR à OMSA os casos de gripe aviária em todas as espécies através do WAHIS e de acordo com as normas internacionais. A comunicação transparente e oportuna é fundamental para manter um bom entendimento da situação da doença e prevenir qualquer tipo de desinformação.
  •  COMPARTILHE sequências genéticas de vírus influenciados por aves em bancos de dados disponíveis publicamente. 
     

Gripe aviária 

A gripe aviária se espalha através de coisas como fezes e saliva. Também pode se espalhar através do contato com uma superfície contaminada.

Os sintomas da gripe aviária são parecidos com os da gripe comum e geralmente começam a aparecer de dois a oito dias após o contato com o vírus. Os principais sintomas incluem: dor de garganta, febre acima de 38°C, dor no corpo, mal-estar geral, calafrios, fraqueza, dor abdominal, tosse seca, espirros e secreção nasal. 

Após a notificação de focos da IAAP (Influenza Aviária de Alta Patogenicidade) na América do Sul, o Brasil intensificou as medidas de prevenção. Apesar de ser exótica em território nacional, a doença tem preocupado o mundo por ser altamente contagiosa e fatal, com potencial para causar graves consequências ao comércio internacional de produtos avícolas.

Pensando nisso, o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) lançou a campanha “Influenza Aviária? Aqui não!”. O objetivo é sensibilizar cidadãos, médicos veterinários, avicultores e polícia ambiental sobre a importância das notificações imediatas de suspeitas, bem como se atentar ao comportamento anormal ou à grande mortalidade de aves comerciais, de fundo de quintal e silvestres, além de oferecer conhecimento sobre as noções básicas de prevenção.

Com informações da OMSA e Mapa 
Foto: Divulgação/OMSA
 


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